sábado, 21 de dezembro de 2019

AVISO IMPORTANTE!




O Concurso Poesiarte e o Prêmio Radiotelegrafista Amaro Pereira de Crônicas não serão mais realizados a partir de 2020. Motivo: os valores do envio aumentaram entre 350% à 500% o valor. Um absurdo. Para enviar um certificado, um livro e uma simples medalha que era cerca de 10 reais em carta registrada passou para PAC dependendo do lugar do país e do país estrangeiro até 200 reais, pois não se aceita mais envio de objetivo via carta registra e nem via carta econômica. Como o Projeto é independente e não possui apoio financeiro irá encerrar suas atividades em 2020 infelizmente! Para todos que confiaram e acreditaram no projeto desde 2002 meu muito obrigado!

RESULTADO DO VI PRÊMIO RADIOTELEGRAFISTA AMARO PEREIRA DE CRÔNICA




RESULTADO DO VI PRÊMIO RADIOTELEGRAFISTA AMARO PEREIRA DE CRÔNICA

1⁰lugar:
Nome: Laura Manuela.
Título: A Lama.
Pseudônimo: A menina que roubava livros.
Cidade: Saquarema/RJ.
Pontuação: 98.

2⁰lugar:
Nome: Emanueli Lucas.
Título: A menina da poça de lama.
Pseudônimo: Leitora.
Cidade: Araruama/RJ.
Pontuação: 85.

3⁰lugar:
Nome: Elina N. N. de Souza.
Título: Lama sangrenta.
Pseudônimo: Silenciosa.
Cidade: Araruama/RJ.
Pontuação: 80.

4⁰lugar:
Nome: André Luís Soares.
Título: Na lama, na merda e no sangue.
Pseudônimo: ‘Sócrates, Platão e Aristóteles’.
Cidade: Guarapari/ES.
Pontuação: 78.

5⁰lugar:
Nome: Ronaldo Dória dos Santos Júnior.
Título: A lama dos dias.
Pseudônimo: Hugo Torbitz.
Cidade: Rio de Janeiro/RJ.
Pontuação: 70.

 *Observação: A entregada da premiação dos três primeiros lugares serão entregues em março de 2020.


sábado, 14 de dezembro de 2019

FINALISTAS DO VI PRÊMIO RADIOTELEGRAFISTA AMARO PEREIRA DE CRÔNICA


FINALISTAS DO VI PRÊMIO RADIOTELEGRAFISTA AMARO PEREIRA DE CRÔNICA

1-Título: A menina da poça de lama.
Pseudônimo: Leitora.
Cidade: Araruama/RJ.

2-Título: Lama sangrenta.
Pseudônimo: Silenciosa.
Cidade: Araruama/RJ.

3-Título: A Lama.
Pseudônimo: A menina que roubava livros.
Cidade: Saquarema/RJ.

4-Título: A lama dos dias.
Pseudônimo: Hugo Torbitz.
Cidade: Rio de Janeiro/RJ.

5-Título: Na lama, na merda e no sangue.
Pseudônimo: ‘Sócrates, Platão e Aristóteles’.
Cidade: Guarapari/ES.

sábado, 5 de outubro de 2019

EDITAL DO VI PRÊMIO RADIOTELEGRAFISTA AMARO PEREIRA DE CRÔNICA



EDITAL DO VI PRÊMIO RADIOTELEGRAFISTA AMARO PEREIRA DE CRÔNICA 2019



VI PRÊMIO RADIOTELEGRAFISTA
AMARO PEREIRA DE CRÔNICA 




EDITAL/19 - 2019


REGULAMENTO


1. Participantes:


1.1. Qualquer cidadão brasileiro ou estrangeiro, sendo que as crônicas inscritas estejam em língua portuguesa.


1.2. A idade mínima para participação do concurso é de 12 anos.


2. Período de inscrição:


2.1. Início: 05 de outubro de 2019.
Término: 05 de dezembro de 2019.


2.2. As inscrições são aceitas até o dia 05 de dezembro de 2019.


2.3. As inscrições poderão ser feitas via e-mail. Enviar até a data limite para: poesiarte@hotmail.com


3. Categoria:


3.1. Crônica – 1 (uma) por concorrente, com máximo de 2 (duas) laudas (folhas).


4.Tema: Lama.


4.1. O objetivo do tema é estimular a criatividade dos participantes.


5. Textos:


5.1. Deverão ser escritos em língua portuguesa (idem ao item 1.1), digitados em papel branco A4, de um só lado da folha em fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12, espaço 1,5, em 6 (seis) vias (cópias).


5.2. Não serão aceitos trabalhos manuscritos, ou seja, fugir do padrão exigido. (ver item 3.1)


5.3. Os trabalhos deverão ser inéditos, isto é, ainda não publicados em nenhum meio de comunicação ou em livro e principalmente por sites ou blogs na internet.


5.4. Os textos deverão conter exclusivamente o título da obra e o pseudônimo do autor.


5.5. Os pseudônimos não deverão guardar qualquer semelhança com o nome, apelido ou outro fator de identificação do concorrente, pois se houver o inscrito será eliminado.


5.6. Casos de plágios serão denunciados pela organização do concurso.


6. Apresentação dos trabalhos por via e-mail.


Segue o modelo de ficha de inscrição:


Nome completo;
Cidade de origem:
Data de nascimento completa:
Cidade que representa:
Atividade que ocupa:
Título da crônica:
Pseudônimo:
Site ou blog:
E-mail:
Endereço postal:


6.1. Caso o inscrito não preencher devidamente o formulário acima não estará qualificado para o certame do concurso.


6.2. Não haverá devolução dos trabalhos recebidos.


6.3. Os trabalhos que não obedecerem às regras deste concurso serão automaticamente desclassificados.


6.4. As crônicas enviadas por via e-mail deverão estar em documento Word, seguindo as especificações do item 5.1.


6.5. Não serão aceitas inscrições através de PDFS ou digitalizações.


7. Julgamento:


7.1. O corpo de jurados será formado por profissionais da área, altamente qualificados pela Comissão Organizadora do Concurso, que serão conhecidos e apresentados brevemente no blog.


7.2. As decisões do júri são soberanas e irrecorríveis.


7.3. Serão ainda critérios para o julgamento das obras inscritas:


a) Vocabulário.
b) Conotação (uso de figuras de linguagem).
c) Estrutura narrativa (enredo, narrador, personagem, tempo, espaço e discurso).
d) Intertextualidade.
e) Criatividade.


7.4. Cada item acima valerá 20 pontos, o somatório de todos os itens é de 100 pontos.


7.5. Serão 06 (seis) jurados que farão suas avaliações e irão comentar cada obra finalista, dando o resultado final após o somatório dos pontos.


7.6. Manter o texto dentro das dimensões propostas no Regulamento.


7.7. Não serão aceitos trabalhos fora do tema estipulado.


7.8. Trabalhos com menções pornográficas, preconceituosas (cor, raças, sexo, religião, etc) serão automaticamente eliminados pelo júri.


7.9. A comissão organizadora decidirá sobre as omissões deste regulamento, depois de ouvida a opinião do júri.


8.Divulgação dos resultados:


8.1. A divulgação das crônicas com os seus pseudônimos será feita através do blog do concurso.


8.2. O resultado final do concurso será no dia 10 de dezembro de 2019.


8.3. Tudo será divulgado no blog do concurso.


8.4. Caso ocorra atrasos nos resultados as datas serão modificadas e os inscritos saberão através do blog.


9. Premiação:


9.1. O primeiro colocado receberá um diploma, um livro e medalha.


9.2. O segundo colocado receberá um diploma, um livro e medalha.


9.3. O terceiro colocado receberá um diploma, um livro e medalha.


9.4. Caso no decorrer do concurso a comissão organizadora possa adquirir patrocínios, os prêmios serão mais pomposos com a realidade do concurso.


9.5. Não será permitido empate.


9.6. Disposições Gerais:


9.6.1. O VI PRÊMIO RADIOTELEGRAFISTA AMARO PEREIRA DE CRÔNICA se reserva no direito de publicar as crônicas inscritas, vencedoras ou não, em livros, ficando explícito que o ato de inscrição através da ficha implica em autorização para publicação.


9.6.2. Os autores das crônicas publicadas serão automaticamente avisados por via e-mail.


Cabo Frio, 05 de outubro de 2019.


Rodrigo Octavio Pereira de Andrade (Rodrigo Poeta)
Coordenador e idealizador do VI PRÊMIO RADIOTELEGRAFISTA AMARO PEREIRA DE CRÔNICA




APOIO CULTURAL:

ABRAONG

ACADEMIA DE CIÊNCIAS, LETRAS E ARTES DE MINAS GERAIS – MANHUAÇU/MG

CRÔNICAS CARIOCA

BIBLIOTECA MUNICIPAL PROFESSOR WATER NOGUEIRA

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

PALAVRAS DE UM BICAMPEÃO!




Palavras do Bicampeão André Luís Soares:


"Rodrigo Poeta, muitíssimo obrigado. É sempre muito importante esse trabalho que você desenvolve, incentivando a literatura todos os anos, seja por meio do concurso de poesias, seja por meio do concurso de crônicas. Quero agradecer a você também pelo belo presente, pois ler José de Alencar é sempre um imenso prazer e um imensurável aprendizado. Boas festas e um feliz 2019 pra você e para todos a quem você ama. Grande abraço, meu amigo!"

Acadêmico André Luís Soares.

DADOS DO V PRÊMIO RADIOTELEGRAFISTA AMARO PEREIRA DE CRÔNICA 2018




DADOS DO V PRÊMIO RADIOTELEGRAFISTA 
AMARO PEREIRA DE CRÔNICA 2018


*Foram 52 inscritos nesta edição!!!

Segue abaixo os inscritos:

1lugar:
André Luís Soares.
Crônica: Asas da Liberdade pra quê?
Cidade: Guarapari/ES.
Pontuação: 494.

2lugar:
Roque Aloísio.
Crônica: O Voo da Quimera.
Cidade: Santa Rosa/RS.
Pontuação: 466.

3 lugar:
Regina Ruth.
Crônica: Um Novo Olhar.
Cidade: Araçatuba/SP.
Pontuação: 463.

4 lugar:
Millena da Costa.
Crônica: Despertar.
Cidade: Cabo Frio/RJ.
Pontuação: 421.

5 lugar:
Maria Alyce.
Crônica: Em busca da liberdade
Cidade: Araruama/RJ.
Pontuação: 386.

6 lugar:
Marcelo de Oliveira.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Salvador/BA.
Pontuação: 383.

7 lugar:
Edweine Loureiro.
Crônica: O Primeiro Voo.
Cidade: Saitama – Japão.
Pontuação: 382.

8 lugar:
Geraldo Trombin.
Crônica: Os Brevês das Paixões.
Cidade: Americana/SP.
Pontuação: 357.

9 lugar:
Diego de Toledo.
Crônica: Irmão de vida.
Cidade: Limeira/SP.
Pontuação: 356.

10 lugar:
Aparecida Gianello.
Crônica: Alma de passarinho.
Cidade: Martinópolis/SP.
Pontuação: 351.

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11-Angela Maria Chagas Araújo.
Crônica: Rainha do (A) Mar.
Cidade: Rio de Janeiro/RJ.

12-Lucas Moreno.
Crônica: Chernobil.
Cidade: Cabo Frio/RJ.

13-Rafael N.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Cabo Frio/RJ.

14-Renan E.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Cabo Frio/RJ.

15-Alícia dos Santos.
Crônica: Um halloween louco.
Cidade: Araruama/RJ.

16-Davi Oliveira.
Crônica: Asas.
Cidade: Araruama/RJ.

17-Luiza Teixeira.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

18-Eliana Nascimento.
Crônica: Sonho de Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

19-Gabriel Casilli.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

20-Maria Eduarda.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

21-Ruan de Oliveira.
Crônica: Olha que loucura!
Cidade: Araruama/RJ.

22-Ronaldo Lucas.
Crônica: Loucura.
Cidade: Araruama/RJ.

23-Letícia Dias.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

24-Emanuelli Vitória.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

25-Gabriel Viana.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

26-Leonardo Viana.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

27-Luís Felipe.
Crônica: Liberdade de um ser.
Cidade: Araruama/RJ.

28-Larissa.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Cabo Frio/RJ.

29-Jhonatan Brasil.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

30-Pedro Marques.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

31-Bianca Blanco.
Crônica: Na calçada.
Cidade: Araruama/RJ.

32-Isabela Schneider.
Crônica: Liberdade do próprio ser!
Cidade: Araruama/RJ.

33-Caíque Ferreira.
Crônica: Liberdade sem fim.
Cidade: Araruama/RJ.

34-Gabriel Souza.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

35-Guilherme Lima.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

36-João Pedro.
Crônica: Uma noite banal.
Cidade: Araruama/RJ.

37-Júlia Barros.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

38-Laysa Rançato.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

39-Camile Martins.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

40-Maria Eduarda Barcelos.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

41-Nathan Serpa.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

42-Renan Moreira.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

43-Ana Vytória.
Crônica: Esquisitices.
Cidade: Araruama/RJ.

44-Danilo Trindade.
Crônica: Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

45-Anna Beatriz.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

46-Ana Karoliny.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

47-Isabela Melo.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

48-Igor Guimarães.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

49-Allan B.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

50-João Victor.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

51-Samuel Moreira.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

52-Lívia.
Crônica: Asas da Liberdade.
Cidade: Araruama/RJ.

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*Observação: Somente os dez primeiros estão em ordem de colocação no prêmio por terem sidos os finalistas.

terça-feira, 20 de novembro de 2018

1°lugar do Prêmio 2018



1lugar:
André Luís Soares.
Crônica: Asas da Liberdade pra quê?
Cidade: Guarapari/ES.
Pontuação: 494.




ASAS DA LIBERDADE PRA QUÊ?

    Nos anos setenta, do século passado, havia uma conhecida marca de jeans cujo jingle dizia: ‘liberdade é uma calça velha, azul e desbotada, que você usa quando quiser, do jeito que quiser’. No entanto, liberdade é algo bem mais complexo e difícil de ser conceituado do que poderiam supor os marqueteiros da ‘Us-Top’.
      No Brasil – último país independente da América a abolir a escravidão –, a liberdade tem oscilado entre o patamar utópico difundido entre os melhores filósofos e a vontade mesquinha dos poderosos.       Nação onde mais se matam ambientalistas e líderes sindicais ou comunitários, por aqui a liberdade é sinônimo de perigo, especialmente quando vinculada a questões de interesse coletivo. Dessa forma, incorrendo no risco de ser egoísta, a maioria acaba buscando-a somente no plano individual onde, não raro, é confundida com a alegria fugaz decorrente da embriaguez excessiva, da direção perigosa e da música ouvida em decibéis suficientes para incomodar vizinhos. Daí a natural indagação: que grau de liberdade os brasileiros querem?
      Tomando-se por base a cultura do jeitinho e da lei de Gerson, é de se imaginar que a plena liberdade não resultaria em boa coisa em terras tupiniquins, visto ser impensável conciliar ordem e progresso ao amplo direito de todos fazerem tudo o que lhes der na telha. Contudo, há que reconhecer que, para ser feliz, o brasileiro necessita de algumas pequenas permissividades. Povo secularmente acostumado a ter pouco, foi somente nas últimas duas ou três décadas que – em grande medida – a população pôde desfrutar alguns pequenos confortos.
      A cervejinha é, por certo, um desses mínimos regozijos. Quando eu era criança, quase todos os homens adultos bebiam cachaça ou variações rudimentares igualmente fortes. A escassez de grana os obrigava a adotarem formas rápidas e baratas de se embebedar. Dificilmente alguém falava em vinho que não fosse pra lá de fuleiro. Champanhe era só aquele líquido que os vencedores derramavam na cabeça, uns dos outros, ao fim das corridas de Fórmula 1. Mesmo o chopp ainda parecia excesso inatingível para a maioria que, a partir da segunda semana de cada mês, não mais sabia a cor do dinheiro.
     O turismo é outro prazer que o brasileiro descobriu recentemente. Não faz muitos anos, parte considerável das viagens tinha por único destino a casa de parentes. Hotéis, resorts, viagem de avião, aluguel de veículos... nem pensar! Com a chegada das visitas era um verdadeiro deus-nos-acuda: os anfitriões se viam obrigados a dormir ainda mais apertados que de costume, além de terem que acrescentar mais água ao já excessivamente ralo caldo de feijão. Bem ao estilo das piores comédias-pastelão, não raro essas incursões terminavam em desavenças familiares, cuja vingança era obrigar os intrusos a devolverem a hospitalidade nas férias seguintes.
     Não obstante, o automóvel constitui o ponto mais elevado da saga brasileira em busca de liberdade. Por várias décadas, nossas ruas e estradas eram o paraíso dos veículos feios, sujos, velhos e barulhentos. Fato ainda pior é que poucos motoristas tinham condições de encher o tanque ou fazer revisões no motor. Muitos carros só andavam no cheiro. O resultado dessa triste combinação era a costumeira cena em que se viam pessoas sofrendo para empurrar as latas-velhas até o posto de gasolina ou até a oficina mais próxima – de onde algumas jamais sairiam.
       No mais, o brasileiro médio vivia na corda-bamba, matando um leão por dia. Espremido entre a fome e as dívidas, não lhe restava outra coisa a fazer senão espichar os olhos invejosos para o deleite material que cabia somente aos pouquíssimos privilegiados, os quais faziam viagens internacionais, exibiam automóveis luxuosos, mandavam os filhos estudarem na Europa. Enfim... faziam todas as coisas possíveis aos que deitam e rolam na grana. Liberdade? Esse termo era suscitado – à meia-boca e à meia-luz – entre uma e outra ditadura. À voz do povo era dado apenas o direito de transladar entre o grito de gol e o batuque do samba. Quem ousasse voar fora desse quadrado tinha suas asas cortadas, à custa de tortura e morte.
      Um dia, porém, as massas se uniram e exigiram diretas já! Pegaram gosto pela liberdade do voto e elegeram primeiro os constituintes, depois os presidentes. Aos poucos tudo foi melhorando: derrubou-se a inflação; ampliou-se o nível de emprego; a educação e a saúde experimentaram sensíveis avanços. Mas não foi só isso! Carros novos, viagens, hospedagens em locais finos, estudos no exterior, churrasco aos domingos, cerveja à vontade... tudo passou a ser possível a um número crescente de pessoas. Aprendemos, enfim, a lutar por nossos direitos.
      Até que, em outro dia – assim do nada e ainda na metade do caminho –, o sonho de liberdade pareceu se arrefecer. De repente a coisa desandou ao ponto de haver quem, com saudades do tronco e do relho, virasse as costas ao projeto de país que despontava e fosse às ruas implorar pela volta da ditadura e a perda de direitos e conquistas sociais. Loucura coletiva? Ou, como diria o chavão... ‘quem nunca comeu mel, quando come se lambuza’? Por mais que tente, não sei explicar o que aconteceu. Vai ver, tendo o servilismo enraizado no DNA, nosso sonho maior não seja nada além de uma calça velha, azul e desbotada...

(Pseudônimo: ‘Viajante das Palavras’)